O historiador, poeta, diplomata e músico italiano Nicolau Maquiavel sabia das coisas. Fundador do pensamento e da ciência política moderna, retratou as entranhas do poder como realmente é –e não como deveria ser. Imune à ética e desprovido de qualquer traço de idealismo, para ele, a atividade política espelha apenas a natureza humana, e assim deveria ser vista. Sem considerar defeitos ou virtudes, pois importaria o objetivo final, não os meios usados para alcançá-lo.
Ultimamente, preocupado com a reação do público diante das investidas pessoais que fazia até meses atrás em palanque, detratando o oponente maior, João Alves Filho –pesquisas internas do governo apontaram o desapontamento do eleitorado com a violência verbal contra o ex-governador–, Marcelo Déda resolveu abster-se de fazer ele mesmo o discurso sujo.
Escalou como detrator oficial o deputado federal Jackson Barreto, especialista em chafurdar com lama qualquer biografia, incluindo a própria. JB, apesar de fundar sua conduta moral na filosofia maquiavélica, não o faz por referência intelectual absorvida através de esforçado estudo. É, digamos, um desavergonhado nato –nasceu assim, despossuído de qualquer mínimo pudor! E, como tal, não lhe importa envergonhar seus eleitores e muito menos os alheios.
A Marcelo Déda, por conta do grande desgaste na imagem provocado pela incompetência gerencial, só resta mesmo usar o vale-tudo para garantir a reeleição. O governador bem sabe, não será fácil ganhar limpo de João Alves Filho. Porém, “o maior tribuno do Brasil” atropela a lógica ao delegar a função de detrator justamente para JB, cujo prontuário policial pesa quase meia tonelada.
Jackson Barreto é capaz de tudo! Um exemplo bisonho ocorreu no final da década de 1980, quando ele era prefeito de Aracaju. Cassado pela Assembleia por meter a mão no dinheiro público, JB chegou a acusar até em programa de TV o então governador Antônio Carlos Valadares, a quem havia ajudado a eleger e de quem tornou-se desafeto, de ter matado de desgosto a mãe dele... Além do hoje senador, JB já agrediu Marcelo Déda, Benedito Figueiredo, Almeida Lima, Maria do Carmo, Albano Franco... A lista é grande, mas não para de crescer.
A bola da vez é Venâncio Fonseca. A voz rouca de Jackson Barreto, inflamada como sempre, vocifera excrementos contra o líder da oposição no rádio e na imprensa, na ânsia de tentar defender Marcelo Déda das suas basificadas críticas –será que JB ainda espera ser um dos indicados do governador ao Senado, mesmo com Almeida Lima na parada e bem cotado em Brasília, e por isso tenta agradar o querido chefe atirando em quem lhe é inconveniente?
Não vale a pena reproduzir aqui uma única vírgula da fedentina verbal de JB. Aliás, quem gostaria de ouvir dele algumas poucas palavras é o programa CQC da Rede Bandeirantes. Por três vezes a equipe do humorístico esteve no gabinete do probo deputado em Brasília sem encontrá-lo. Na última vez, foi-lhe deixado o troféu –uma escova de dentes com múltiplas funções– de terceiro colocado no Campeonato Nacional dos Fichas Sujas do Congresso.
Uma dica ao CQC: encontrar JB é muito fácil. Basta procurar na agenda do governador Marcelo Déda data e hora dos comícios eleitorais disfarçados de atos administrativos, realizados diariamente pelo Governo da Mudança para Pior. O nobre deputado Jackson Barreto nunca falta. Se o ditado popular do comedor de farelos que se mistura com os porquinhos estiver correto...
Por outro lado, a escolha pelo CQC da escova de dentes como troféu para Jackson Barreto é por demais perfeita. Parabéns à equipe do programa. Além de poder usar o presente para lustrar a pesada ficha policial, JB também pode aproveitá-lo para fazer uma limpezinha na boca! Fonte: http://abraoolho-dmilk.blogspot.com/
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