domingo, 21 de junho de 2009

PPS lamenta morte de Marcos Jaimovich

Faleceu nesta sexta-feira (19), pela manhã, na cidade do Rio de Janeiro, aos 88 anos, o dirigente comunista Marcos Jaimovich, que deu rica contribuição para a arquitetura e para a atividade intelectual no Brasil, simultaneamente nos seus quase 70 anos de militância ininterrupta no PCB/PPS. Ele deixou viúva a jornalista Claudia Richer, e órfãos três filhos, sendo duas filhas do seu primeiro matrimônio. Não haverá ato de despedida fúnebre, e seu corpo será cremado, na segunda-feira, dia 22, às 9 horas e 15 minutos, no Crematório do Caju.

Desde a Escola Nacional de Belas Artes, na antiga capital da República, nos anos 1940, ele se incorporou à União da Juventude Comunista, sendo um destacado e dedicado militante, logo se tornando um dos seus dirigentes. Com a extinção, em 1957, da UJC, ele foi designado para a Seção Juvenil do Comitê Central do PCB, juntamente com Zuleika Alambert e Givaldo Siqueira, aí permanecendo até o golpe militar de 1964. Além de colaborar com a organização e interlocução de intelectuais no Comitê Cultural do PCB tanto quanto com os militantes judeus, foi o principal responsável pela montagem do V Congresso, em 1960, no Rio, e do VIII, em 1987, em Brasília.

Desenvolveu papel importante na organização das delegações brasileiras que participaram de vários Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, em capitais européias, sobretudo nos anos 1960 e 1970.

Na sua atividade profissional, sempre se constituiu uma espécie de braço direito do arquiteto Oscar Niemeyer, não apenas coordenando suas obras em Brasília, mas após o golpe, no exterior, dirigindo o escritório dele em Paris, articulador de obras sobretudo na Argélia, na Itália e na França. Ele foi um dos principais responsáveis pela concepção e lançamento da revista Módulo, editada no Rio desde os anos 1950, a única no Brasil e uma das pouquissimas existentes no mundo para tratar questões de Arquitetura.

Homem simples, sem afetação, adorava construir e manter amizades, era muito fraterno, generoso e solidário com todos, tendo outra característica modelar que era assumir corajosamente suas posições políticas, nem sempre coincidentes com a maioria da direção comunista, de que exemplo maior foi se manifestar contra a invasão da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia, em 1968.

O desaparecimento de Marcos Jaimovich deixa não apenas a marca de uma ausência de difícil substituição, mas o legado de um cidadão que soube bem cumprir a missão política a que jogou, na maior parte de sua vida, todo o peso de sua inteligência e de sua sensibilidade.

Em nome da direção nacional do PPS, o presidente Roberto Freire enviou telegrama de condolências à família enlutada.

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