domingo, 13 de setembro de 2009

Zé Eduardo diz que o grupo de Déda pode fazer os dois senadores



O ex-senador por Sergipe e candidato a presidente do PT Nacional, José Eduardo Dutra, entende que a unidade dentro do Partido dos Trabalhadores será o ponto forte do grupo liderado pelo governador Marcelo Déda para vencer as eleições de 2010. Dutra acredita que o seu grupo poderá preencher as duas vagas abertas para Sergipe no Senado nas eleições no próximo ano. Mas ressalva que existem três nomes para duas vagas (Valadares, Amorim e Jackson). O ex-presidente da Petrobras fala dos seus planos para disputar a Câmara Federal, das críticas internas feitas ao PT e da sua esperada vitória no pleito do partido, em novembro. "Vamos trabalhar para vencer a eleição no 1º turno", diz.



Universo Político.com - O senhor tem dito que o PT precisa ter unidade para enfrentar as eleições de 2010. Na sua ótica, isso é imprescindível para evitar um possível retorno do ex-governador João Alves Filho ao governo de Sergipe?
José Eduardo Dutra - Tenho convicção de que a unidade do PT é meio caminho andado para garantir a vitória no ano que vem. É lógico que não basta apenas isso. O governo não é formado apenas pelo PT. É fundamental que os demais partidos permaneçam como aliados. Mas o PT é o partido mais forte da coligação. É o partido do governador e do presidente da República. Temos obrigação de transformar este processo de eleição direta num debate fraterno. Num debate que, mais que uma simples disputa interna, seja uma oportunidade de mostrar para o conjunto da população que é possível fazer política de forma diferente no Brasil.





U.P. - O senhor é candidato a presidente nacional do PT. Como está esta candidatura?
J.E.D. - Eu fui lançado pela maior corrente do PT em nível nacional. Temos o apoio de mais duas correntes. Além de mais correntes regionais. Então, a nossa expectativa é de vitória. Vamos trabalhar, inclusive, para vencer as eleições no primeiro turno, que é dia 22 de novembro. Quanto mais rápido este processo acontecer, mais tempo teremos para trabalhar as políticas de aliança da companheira Dilma Rousseff. Estou muito otimista.



U.P. - Há setores do PT sergipano que acreditam que a identidade do partido, às vezes, é confundida com o governo Marcelo Déda. O senhor vê desta forma?
J.E.D. - Discordo. É lógico que um partido que está no governo, muitas vezes, tem que lidar com esta aparente contradição. Ou seja, você defender o governo e, ao mesmo tempo, manter a sua identidade enquanto partido. E o PT já demonstrou, inclusive em momentos críticos, que é possível manter esta independência. Não há uma subordinação do partido em relação ao governo. Agora, há uma solidariedade ao governo e ao governador, e isso tem que ser externado de maneira pública em momento de crise. O que não significa que nas conversas internas, nos diálogos formais entre o governo e o partido, o PT não possa fazer críticas a alguma política implementada pelo governo. Isso acontece com o companheiro Lula e aqui com Déda. Felizmente, estamos no governo. Quando você é oposição é mais fácil administrar isso, lógico. Mas acho que é um processo rico, para o fortalecimento do partido.





U.P. - Em 2010, o senhor pretende mesmo disputar uma vaga na Câmara Federal ou o Senado pode ser o seu foco?
J.E.D. - Eu sou candidato a deputado federal. Já disse isso publicamente. Já disputei duas eleições majoritárias (governador em 2002 e senador em 2006). Do ponto de vista institucional, ser deputado federal para mim é tão importante quanto ser senador. Agora, sendo otimista quanto ao sucesso no pleito do PT, o fato, inclusive de ser presidente nacional do PT, onde terei a obrigação de trabalhar em nível nacional, acho que impede ser candidato a um cargo majoritário, que naturalmente exige uma dedicação maior. Não que deputado não exija. Mas numa eleição majoritária o candidato tem mais tempo de televisão, tem que se dedicar mais a candidatura. E eu, na posição de presidente nacional do PT, vou ter que me dedicar a candidaturas em outros estados. Além disso, já há um acordo dentro da coligação com três nomes lançados. Agora, o Amorim também é candidato. Então, não vou colocar mais um nome para complicar a engenharia política de formação da chapa.





U.P. - O senhor acredita que três nomes para duas vagas dentro do mesmo grupo, de repente, acaba beneficiando de alguma forma o grupo da oposição?
J.E.D. - Teremos dois candidatos a senador numa chapa. Você pode até ter um cenário de se ter um candidato a senador independente. Isso já aconteceu aqui. Mas o fundamental, independente de quem sejam os candidatos, é que a gente faça uma campanha conjunta. Para mim, o grande exemplo de eleição para o Senado é a campanha da qual eu participei. Eu me elegi em função de uma campanha casada, conjunta que fiz com o senador Valadares. Ao contrário do que aconteceu na coligação adversária, onde os candidatos brigavam um contra o outro. Acho que se a gente consolidar a candidatura de Déda, se fizermos uma eleição casada e conjunta, é possível elegermos os dois senadores.



U.P. O governador Marcelo Déda já disse que o seu adversário será o ex-governador João Alves Filho. Como o senhor vê este desejo do ex-governador em voltar a governar Sergipe pela quarta vez?
J.E.D. - Acho que é perfeitamente legítimo. O ex-governador João Alves Filho está em perfeito uso dos seus direitos políticos. Acho que Sergipe terá que fazer uma opção. Será uma forma, inclusive, de Sergipe comparar os governos. Porque em 2006, nós tínhamos para apresentar à população, primeiro a esperança de mudança e o trabalho que Déda havia feito na Prefeitura de Aracaju, nunca tínhamos governado o Estado. Inclusive, o nosso adversário dizia que Déda não tinha experiência para governar. E agora teremos a oportunidade de fazer uma comparação. O governo Déda com os quatro últimos anos de João. Não dá para comparar com o primeiro governo João porque o Brasil era outro. A situação era completamente diferente. Não tinha, por exemplo, Lei de Responsabilidade Fiscal. E neste processo de comparação, o cenário é completamente favorável a nós.





U. P. - O que o povo de Sergipe pode esperar de Dutra como presidente nacional do PT?
J.E.D. - Olha, vou trabalhar no sentido de continuar o fortalecimento do partido e a tarefa principal e eleger Dilma Rousseff. O nosso terceiro mandato. É um projeto que está mudando o Brasil. Fazendo o Brasil ser respeitado no cenário internacional e retira milhões de brasileiros da faixa de pobreza absoluta. Vou ter muito orgulho de ser presidente do meu partido.

Fonte: Da redação do Universo Político.com

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