* Cícero Mendes
Mais uma irregularidade envolvendo José Carvalho de Menezes, mais conhecido como Juquinha, ex-assessor SEED, chegou à Ouvidoria Geral do Estado há pouco mais de um mês. Dessa vez, envolve seu motorista, Jadson Ferreira do Nascimento, e a utilização de uma Ranger, que pertence à Secretaria e foi colocada à disposição de Juquinha. Segundo a denúncia de um morador do município baiano de Rio Real, o veículo era visto com freqüência naquela cidade, uma vez que o motorista reside lá.
De acordo com o morador, Jadson – que foi exonerado junto com Juquinha – era visto praticamente todos os finais de semana em Rio Real com a Ranger. A denúncia, encaminhada com fotos, mostra o motorista de Juquinha fazendo farra com os amigos utilizando-se do veículo público. Em uma das imagens, ele está no capô da caminhonete, junto com mais três jovens, segurando um copo de cerveja e com sinais visíveis de embriagues.
Em outra foto, onde é possível ver o adesivo da Secretaria da Educação, a caminhonete está parada em um local escuro da cidade e, de acordo com o denunciante, servindo de motel para o motorista. O morador relata também que era comum o motorista dirigir embriagado e dar vários “cavalos de pau”, sendo que em uma ocasião quase foi detido na delegacia. “Se não fosse a intervenção de um amigo comum dele e do agente da polícia civil local, ele teria sido preso”, conta o denunciante.
O morador, que afirma conhecer Juquinha, disse que todas as irregularidades foram cometidas com a anuência do ex-assessor da SEED, “que deu toda a cobertura ao fato, omitindo-se quando deveria se posicionar contrariamente a esse delito”.
O denunciante também conta que Jadson viajou por duas vezes a passeio para Salvador com a Ranger do governo de Sergipe. Ele não sabe precisar se o combustível foi pago com o dinheiro do contribuinte sergipano, mas garante que só a viagem já se configura a prática de um crime contra o patrimônio público, “pois o carro é de uso exclusivo do Estado.”
Juquinha nega irregularidades
O ex-assessor da SEED disse que tem conhecimento das investigações do Ministério Público de Lagarto, mas negou qualquer tipo de irregularidade. “Não existe nada disso. Eles (a diretora e o secretário) foram orientados pela própria Secretaria da Educação na condução da aplicação dos R$ 19 mil. A iniciativa de comprar o material esportivo estava equivocada, porque o dinheiro deveria ser destinado para o laboratório de informática, uma vez que a escola havia recebido os computadores do MEC há dois anos, mas nunca havia utilizado”, explica Juquinha.
De acordo com ele, sua intenção ao conversar com o secretário e a diretora foi no sentido de orientá-los a gastar o recurso corretamente, ou seja, destinado ao laboratório de informática. “Esse material foi comprado pela escola”, garante o petista, informando que o negócio foi feito na Casa da Eletricidade, inclusive com desconto de ICMS. “Os preços que foram praticados foram menor do que em qualquer localidade, até porque tem que ter zelo com esse tipo de coisa”, afirma.
Juquinha confirma que a melhoria do laboratório tinha também como objetivo ofertar os equipamentos para os alunos da UAB. “Fiz o mesmo na Escola Epiphâneo Dória, em Poço Verde. Lá está funcionando muito bem”, compara o ex-assessor. Na avaliação dele, o serviço foi paralisado no colégio de Lagarto porque ele deixou a Secretaria. “Isso era responsabilidade minha. Acredito que com a minha saída ainda não colocaram quem assumisse esse trabalho na DR-2”, presume.
Márcio Macedo
Em relação ao veículo, Juquinha explicou que assim que tomou conhecimento, através de uma foto, da utilização indevida da caminhonete, advertiu o motorista por escrito. “Inclusive tenho testemunhas que o viram assinar. Fiz a minha parte ao adverti-lo do erro”, afirma. O petista também esclareceu que a indicação de Jadson para o cargo não foi sua. “Ele tem um parentesco com Márcio Macedo (referindo-se ao secretário de Estado do Meio Ambiente e presidente estadual do PT) e veio trabalhar comigo a pedido dele”, contou Juquinha. Fonte NENOTICIAS
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